segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O perdão (Estou pronto)


Já se tornou rotina ver nos noticiários de TV, matérias falando sobre confrontos entre policiais e traficantes que têm um desfecho trágico de morte por bala perdida. Como se não bastasse, volta e meia vemos casos de assassinatos, sem propósito algum, de jovens e adolescentes. O que mais me chama a atenção é ver a capacidade de alguns pais de testemunhar, em rede nacional, o perdão ao assassino de seu filho ou filha. Mais impactante que a barbárie praticada é assistir tal demonstração de nobreza e grandeza de espírito!

Quem é pai sabe quanto custa a perda de um filho, especialmente em condições tão violentas, capazes de banalizar a vida humana.

O homem é mesmo um ser surpreendente! Ao mesmo tempo em que prova ser capaz de perdoar um assassino, se vê impossibilitado de perdoar a si mesmo. É sobre isto que quero falar com você, neste momento.

Todo cristão é, por excelência, um divulgador do perdão. Aprendemos a perdoar os inimigos, não reagir às suas ofensas – que em outras palavras é o que Senhor chamou de “oferecer o outro lado da face” – e até mesmo acolher-los. Porém, vejo tanta gente sofrendo o mal da falta de auto-perdão… Como explicar que o que perdoa um assassino de um familiar seu não consegue se perdoar? Seus próprios atos, seus pensamentos, até mesmo seus sonhos são julgados e condenados sem piedade.

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus… Rm. 8:1.

Por que Paulo disse, agora? Ora, porque enquanto a Lei de Moisés esteve em vigor (do Sinai até a Cruz) havia sim, condenação.

Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Rm. 3:19. Era assim, no tempo da Lei.

O “agora” a que Paulo se referia, era o a partir da Cruz. Antes disto, para livrar alguém de uma condenação, Jesus tinha que recorrer ao seu inigualável conhecimento da Lei. Foi o que aconteceu com aquela mulher flagrada em adultério. Nesse caso o Senhor não violou nenhum princípio, claro, entretanto, apelou ao mesmo conceito de condenação, ou melhor, auto-condenação, contra os próprios acusadores daquela mulher. Em João 8:10, Ele perguntou a ela: onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E o único que tinha autoridade e poder para condenar, disse: Nem eu também te condeno; vá, e não erre novamente.

No lugar daquela mulher eu pensaria: ora, se nem Jesus me condenou, o que eu devo fazer com essa condenação que trago no meu coração? Me livrar dela, já!

Eu não sei se aquela mulher fez isto, se ela conseguiu “jogar a sua própria pedra no chão”, mas eu quero que você o faça por você mesmo. Preciso que você entenda que estar em Cristo, andar segundo o Espírito, não livra ninguém do cometimento de erros. O Sangue de Jesus não nos impede de cometer erros, mas sim, impede que aceitemos que alguém nos condene. Esse alguém inclui você! Ele nos justifica… Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. Rm. 5:1. Quem se sente condenado, não pode ter paz.

É uma missão impossível não errar, mas um coração consolado pelo Espírito Santo e estimulado pelo forte desejo de viver uma vida feliz, honesta e vitoriosa pode ajudar a qualquer um a seguir sem errar novamente. Importa é saber que, em qualquer situação, Jesus seguirá repetindo o que Ele disse àquela mulher: “levante a cabeça, purifique sua mente, siga em frente e não cometa os mesmos erros”.

Encerro dizendo que para ser cristão basta se batizar em uma igreja. Porém, ser seguidor de Cristo, tem que conhecer o coração Dele. E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ef. 3:19.

Quem não conhece o amor de Deus jamais chegará ao status de um ser plenamente justificado; do tipo que nunca se condena, ainda que reconhecendo que comete erros. Quando erramos, sabemos o que fazer: reparar o erro, quando possível; pedir perdão ao ofendido e a Deus; e buscar não repetir o erro. Mas, nunca, nunca se condenar diante dos homens, dos anjos nem de Deus. Pedir desculpas deve ser prova exclusiva de reconhecimento do erro, não de condenação.

Convido você a viver uma vida mais excelente, a vida que Jesus nos prometeu e nos deu. Você já está pronto! Pratique em você mesmo o que vem fazendo com seus filhos, amigos e, quem sabe, até mesmo com os inimigos.

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé… Rm. 3:28. Creia, o amor de Deus está justamente para cobrir aqueles que dele precisam. Acredite, o amor que excede todo entendimento, faz com que Deus o veja justificado de todo erro!

Que esta informação lhe sirva para o alcance de uma vida melhor, de uma vida cheia de Graça!

Pr. Hélio de Carvalho
Novembro/2009.

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